terça-feira, 9 de abril de 2019

O estranho interestelar

O asteroide Oumuamua é um dos objetos mais longos que já foram observados pelos cientistas | Foto: ESO/M. Kornmesser
O asteroide Oumuamua é um dos objetos mais longos que já foram observados pelos cientistas | Foto: ESO/M. Kornmesser


Foto: BBC News Brasil
Mesmo prevendo há anos que seríamos visitados em algum momento por um asteroide interestelar, 2017 foi a primeira vez em que vimos um.Descoberto por uma equipe de cientistas usando o telescópio havaiano Pan-Starrs em outubro, o objeto foi batizado de "Oumuamua", que significa "mensageiro de longe que chega primeiro" na língua local.Sua velocidade e trajetória foram os primeiros indicativos de que ele vinha de fora do nosso Sistema Solar.Mas o Oumuamua não é só o primeiro visitante de fora, mas também um dos corpos celestes mais longos que já se viu. Seu formato, semelhante a um charuto, chamou a atenção dos pesquisadores.Uma campanha de observação do objeto usando os telescópios mais potentes do mundo mostrou que ele não levava algum tipo de tecnologia inteligente, mas que poderia conter água em seu interior.Ao medir a maneira como o Oumuamua reflete a luz do sol, os pesquisadores concluíram que ele é semelhante a objetos gelados do nosso próprio sistema solar, que estão cobertos por uma camada seca.

Um novo membro da família


Homo Sapiens teria surgido cerca de 100 mil anos antes do que se pensava, segundo nova descoberta | Foto: Philipp Gunz/MPI EVA Leipzig
Homo Sapiens teria surgido cerca de 100 mil anos antes do que se pensava, segundo nova descoberta | Foto: Philipp Gunz/MPI EVA Leipzig
Foto: BBC News Brasil
Em julho, pesquisadores revelaram os fósseis de cinco humanos pré-históricos encontrados no norte da África que mostravam que a nossa espécie, o Homo sapiens, teria surgido ao menos 100 mil anos antes do que se acreditava.A descoberta indica que nossa espécie não teria se desenvolvido em um único "berço" no leste da África. Na verdade, os humanos modernos poderiam estar evoluindo na mesma direção em todo o continente.O ano de 2017 também teve outras grandes notícias no campo da evolução humana. Pesquisadores chamaram a atenção de todo o mundo quando, em 2015, mostraram os restos de 15 esqueletos parciais pertencentes a uma nova espécie de humano, o Homo naledi.Na época, no entanto, eles não conseguiam determinar com certeza a idade dos ossos - alguns traços sugeriam que eles pudessem ter até 3 milhões de anos de idade.Este ano, o líder da equipe, Lee Berger, anunciou que os fósseis tinham entre 200 mil e 300 mil anos. Longe de ser um ancestral do Homo sapiens, o Homo naledi pode, na verdade, ter convivido com membros da nossa espécie.

Sete Terras ?

Planetas orbitam estrela fria e de pouca massa na constelação de Aquário | Foto: NASA/JPL-Caltech

Planetas orbitam estrela fria e de pouca massa na constelação de Aquário | Foto: NASA/JPL-Caltech
Foto: BBC News Brasil
Em fevereiro, cientistas relataram a descoberta de um sistema planetário com sete planetas de tamanho similar ao da Terra. Todos orbitavam uma estrela chamada de TRAPPIST-1, que fica a 41 anos-luz do Sol.A estrela - fria e com pouca massa - fica na constelação de Aquário. É a primeira vez que são descobertas estrelas de tamanho tão semelhante ao nosso orbitando a mesma estrela.Isso poderia indicar que a Via Láctea está, na realidade, repleta de corpos celestes que se parecem, em tamanho e relevo, ao nosso mundo rochoso.Três dos planetas da TRAPPIST-1 estão na chamada zona habitável, órbitas relativamente temperadas onde a água pode permanecer líquida na superfície.Estes são alguns dos planetas mais interessantes para serem explorados nos próximos anos. Se pode haver água, pode haver alguma chance de vida.

Edição genética contra doenças

Embriões humanos foram modificados pela primeira vez com uma nova técnica de edição genética, diferente da já conhecida CRISPR (usada nos da imagem acima) | Foto: OHSU
Embriões humanos foram modificados pela primeira vez com uma nova técnica de edição genética, diferente da já conhecida CRISPR (usada nos da imagem acima) | Foto: OHSU
Foto: BBC News Brasil

Pela primeira vez na história, uma equipe de cientistas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul conseguiu corrigir, em embriões humanos, um gene defeituoso responsável por uma doença cardíaca mortal hereditária que afeta uma a cada 500 pessoas. Eles usaram a técnica da edição genética.A doença, chamada de miocardiopatia hipertrófica - pode fazer com que o coração pare de bater, provocando uma morte súbita.Ela é causa por um erro em um só gene (uma instrução no DNA) e qualquer pessoa que o tenha tem 50% de chances de transmiti-lo a seus filhos.A nova técnica de edição do gene, realizada durante a concepção do embrião na fertilização in vitro, foi desenvolvida no ano passado na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e é descrita como uma "cirurgia química" de precisão.O procedimento abre a porta para a prevenção de cerca de 10 mil distúrbios que são transmitidos de geração a geração, segundo os pesquisadores.Em setembro, outra equipe - desta vez da China - disse ter conseguido corrigir embriões humanos que continham o gene recessivo de uma doença hereditária do sangue conhecida como talassemia. Neste caso, as duas cópias do gene (a que vem do pai e a que vem da mãe) contêm a mutação.

Fonte : https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/7-acontecimentos-e-descobertas-que-fizeram-de-2017-um-ano-incrivel-para-a-ciencia,5bd9f4e91267efd643aa6765be75bbd5vzrls2yn.html

Um iceberg gigante se forma

Rachadura em plataforma de gelo foi detectada há anos, mas começou a se aprofundar em 2014 | Foto: Copernicus Sentinel 1 Data/Bas
Rachadura em plataforma de gelo foi detectada há anos, mas começou a se aprofundar em 2014 | Foto: Copernicus Sentinel 1 Data/Bas
Foto: BBC News Brasil

Em meados de julho, pouco depois do anúncio de Trump, um dos maiores icebergs já registrado pela ciência se desprendeu da plataforma de gelo Larsen C, na Antártida.Os cientistas já vinham acompanhando o aumento de uma imensa rachadura na superfície do gelo há uma década.O bloco imenso de gelo cobria uma área de cerca de 6 mil km² - e representava cerca de 12% da plataforma Larsen C.A formação de icebergs das bordas de plataformas de gelo é comum. No entanto, os pesquisadores dizem que a Larsen C está, agora, em seu menor tamanho desde o fim da última Era do Gelo, há cerca de 11.70 anos.Ainda será preciso estudá-la mais para entender como a plataforma está respondendo ao aquecimento global.O futuro da plataforma também é incerto, mas, se ela entrar em colapso, poderia liberar geleiras com água suficiente para aumentar os níveis globais dos oceanos em um centímetro.

Uma era da Cassini

Durante seu último mergulho em Saturno, a Cassini ainda conseguiu enviar imagens para a Terra | Foto: NASA/JPL-CALTECH
Durante seu último mergulho em Saturno, a Cassini ainda conseguiu enviar imagens para a Terra | Foto: NASA/JPL-CALTECH


Foto: BBC News Brasil

A sonda Cassini chegou às proximidades de Saturno em 2004. Nos 13 anos em que esteve ativa, os dados coletados por ela transformaram nossa compreensão do planeta e de suas luas.O veículo descobriu gêiseres espirrando água de um oceano subterrâneo no satélite gelado Encélado, observou de perto os mares e lagos de metano na maior lua de Saturno, Titã, e testemunhou uma tempestade gigantesca que circundou o planeta dos anéis.Mas a Cassini começou a ficar sem combustível, e a Nasa decidiu que era melhor destruir o satélite na atmosfera de Saturno, para que ele não colidisse com uma das luas, por exemplo, e a contaminasse com micróbios terrestres.No dia 15 de setembro, a Cassini mergulhou nas nuvens do planeta e se rompeu por completo - e ainda conseguiu mandar dados durante seus últimos momentos.Enquanto isso, cientistas da Nasa acompanhavam, emocionados, o fim da missão de mais de uma década.

Colisão de estrelas confirma previsão de Einstein



A colisão aconteceu há 130 milhões de anos, mas só agora pode demonstrar a teoria formulada por Einstein há mais de um século | Foto: PA
A colisão aconteceu há 130 milhões de anos, mas só agora pode demonstrar a teoria formulada por Einstein há mais de um século | Foto: PA
Foto: BBC News Brasil

 Em agosto, astrônomos dos observatórios Ligo, nos Estados Unidos, e Virgo, na Itália, conseguiram observar pela primeira vez a colisão entre duas estrelas mortas, ou estrelas de nêutrons, graças à detecção de ondas gravitacionais - flutuações no espaço-tempo previstas por Einstein há mais de um século.                                                                           A primeira detecção das ondas gravitacionais fora anunciada em 2016, quando o observatório Ligo descreveu o fenômeno após analisar a fusão de dois buracos negros distantes. Na época, o evento foi considerado o início de um novo ramo da astronomia, que usa as ondas gravitacionais para coletar dados sobre fenômenos que ocorrem a grandes distâncias.                                                                                                                                 A de agosto de 2017 foi a quarta vez na história em que eram detectadas ondas gravitacionais, e a primeira observação, por observatórios do mundo todo, de uma colisão de estrelas de nêutrons, o que levou a revista Sience a escolher o evento como a descoberta do ano.                                                                                                                   "A explosão confirmou vários modelos-chave da astrofísica, revelou como surgiram vários elementos pesados e testou a Teoria da Relatividade (de Einstein) como nunca antes", justifica a Science.                                                                                                                       A colisão ocorreu em uma galáxia na constelação de Hidra.                                                   Alguns dos fatos ligados ao evento são impressionantes. Por exemplo, as estrelas de nêutron são tão densas que uma colher de chá de uma delas pesaria um bilhão de toneladas.
fonte : https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/7-acontecimentos-e-descobertas-que-fizeram-de-2017-um-ano-incrivel-para-a-ciencia,5bd9f4e91267efd643aa6765be75bbd5vzrls2yn.html